Á beira do rio, nem um sinal nas águas calmas, apenas pequenos círculos se espalham dos meus pés nus dentro das águas, calmamente. não há mais nada, senão a calmaria de já não conseguir pensar.
e de repente o chão começa a palpitar e os meus pés saltam da água e o pó levanta do chão. não consigo parar, tenho de bater com os pés no chão, trovar tribalmente os meus dois batentes contra a pele da Terra.
mas não chega.
e desato a correr fincando os dedos que nem garras. mas não chega. atiro-me ao chão e rebolo, procuro o poder da terra em todos os meus membros e em todos os meus poros. minhas mãos afagam tudo e os dedos amassam, amassam que nem raízes atrás de alimento.
começo a sentir uma brisa.
e um rodopio de ar levanta-me do chão, os braços balançam, mãos são que nem penas, leves e soltas e dou voltas sem parar. os dedos pegam pequenas cordas de vento, tecendo harmonia. e rodopio, rodopio, rodopio.
volto ao chão e bato com os pés que nem pilares de energia, mas não chega, não chega. rebolo freneticamente, fricciono todo o meu corpo contra o chão, ondeio-me que nem argila moldada pelo amor da Mãe.
e o vento assobia e um rodopio de ar levanta-me do chão, abro os braços que nem grandes ramos de árvore esticados ao Céu e danço danço danço.
até à lua.