Em mim correm rios, ribeiros e riachos, veias da Mãe de Água.
Artérias da Senhora da Água doce, rios, riachos e ribeiros são os úteros do meu planeta, de minha Mãe que alimenta o mundo.
Oxum, são todas as tuas águas, que correm dentro de mim.
Não há regato onde não lave minha face, reflectida nesse espelho de água, sou tu, Oxum, minha rainha.
Tenho sede de ti e não há fonte onde não beba das tuas águas, só assim tenho tudo o que preciso.
Não há rio onde não molhe os meus pés. E tu sempre lavas meus pés e deixas as minhas emoções cristalinas.
É nas tuas cascatas que me banho e liberto o meu coração e me relembro do que é ser criança, ser Mulher!
É contigo que vou a todos os mundos, a todos os recantos mais luminosos e mais escuros de tudo o que há, do que se vê e não se vê. E tu estás sempre lá!
Perdoa-me de todas as vezes que engoli o que sinto e travei o rio em águas pantanosas.
Sinto muito por todas as barragens que construí, barreiras à liberdade de me sentir tua filha, ficando à deriva de mim, de ti.
Amo-te com a doçura de todas as tuas águas, desde os poros de minha pele ao íntimo do meu útero.
Sou grata por seres Mãe, sempre Mãe, sempre Mulher, sempre criança, por viveres em mim, por estares sempre comigo, Oxum!