Porque é que ser sensível é ser fraco? Porque é que sentir as coisas, dar voz às sensações e sentir medo é tão mau assim? Porque temos de espantar as emoções, e forçar a acreditar que tudo está bem, quando não está?
Somos seres emocionais, ser fit, ser o mais apto, o mais capaz também é ter a coragem para sentir tudo o que faz parte da vida. Ser o mais apto, o mais saudável não é apenas alimentar bem o corpo e fazer exercício. Ser apto a lidar com as situações difíceis é ter a coragem de sentir o medo, para que ele não tome conta de nós, de forma completamente inconsciente,
Evitamos a 7 pés o medo que sentimos de sermos magoados, e tanto que queremos ter relacionamentos saudáveis, mas ficamos fechados por detrás de um muro invisível que nem vemos.
Cultivamos uma máscara fria, ou sábia, ou exigente, ou indiferente, ou equilibrada, que não denuncie o que vai por dentro, mas que nos trava e nos castiga na prisão da solidão, ainda que rodeados de gente.
Mas que raio!
Não é porque nos escusamos de sentir que não dói, e dói mais, muito mais tempo, anos, décadas de emoção reprimida, corroem por dentro.
Olhar para dentro e dizer-lhe:
-”anda cá, também fazes parte de mim, ensina-me e mostra-me o que preciso aprender.”
Nós vivemos num planeta com 70% água, a nossa percepção original nos primeiros 9 meses é de água, somos seres emocionais.
As emoções fazem parte da vida, quantos de nós não se sentem vivos?
E no entanto quem é mais emocional e quem assume a sua vulnerabilidade, é quem é fraco? Ou então tem um feitio difícil?
Ser vulnerável é uma faceta humana, que nos ensina a sermos fortes. Sim! Leste bem!
Quando assumimos para nós mesmos que há coisas desabadas cá dentro, estamos a ser vulneráveis connosco mesmos e isso requer muita coragem! Mas é assim que se reconstrói.
E isso sim é estar apto, fit, resiliente perante todas as dificuldades da vida.
Aquilo que nos torna mais empáticos, mais vivos, mais presentes e isso estabelece relações mais profundas com tudo o que nos rodeia.
*da senda do trabalho com as emoções é uma faceta do meu trabalho que permite fazer a identificação e descarga das emoções reprimidas, com vista a resignificar pedaços da nossa história, para podermos estar de bem connosco no presente.